Andando nós
em arrumações, a minha Filha descobriu esta minha escrevinhação, de 28 de Maio
de 1978
Nasci-me de
ti, Mulher
Num dia
firme, de Luta
Em espantoso
grito de Construção
Tão Vermelho
como uma Seara
Mondada por
Mãos
Daquelas que
sabem de cor o caminho da Revolução.
Nasci-me de
ti, Mulher
E era
intenso o perfume azul das glicínias
Tão próximo
do cheiro da terra molhada
Do meu país
em Primavera
Construindo
mão a mão
Todos os
universos da Alegria!
Nasci-me de
ti, Mulher
E da
Coerência de um Homem
Que com mil
espelhos loucamente gulosos nos olhos
Fez do Amor
um Mar de Amar
Amando-te!
Nasci-me de
ti, Mulher
E um dia
lembrei-me de juntar palavras.
E juntei os
cachos das glicínias azuis
Com a força
transparente do Mar
E mais a
terra molhada de Maio
Com o beijo
ávido de dois Amantes
Mergulhados
no trigo de uma seara Vermelha
As mãos
erguidas para o Infinito
Agarrando o
Sonho
No Supremo
Orgasmo da Alegria
Do Amor
Inteiro!
(E quanta
Poesia não há, oh!
Quando
lutamos de olhos firmes
Pela conquista
da Revolução!)
A coerência
da essência com a existência!
A construção
do Ser!
E depois de
ter ajuntado estas palavras
Olhei para
elas e vi:
Tinham um
denominador comum
MÃE!
Sem comentários:
Enviar um comentário