Vou fazer 65 anos
Descartável! sentencia o governo
Num tonitruante berro
Lançado do alto da sua mediocridade.
À morte, peste grisalha! clamam os acéfalos
Numa histérica ansiedade para serem governo.
Culpado! acusam os mansos cordeiros
Em febril e perfilada manifestação de obediência cega.
Vou fazer 65 anos
Olho-me ao espelho e reconheço
Não faço parte do povo eleito pelo governo
Mas olhando-me nos olhos
Também reconheço que estou de pé
Na trincheira que há muito escolhi
Porque esse é o meu compromisso para contigo, Meu Amor
Porque esse é o meu compromisso para convosco, Meus Filhos
Porque esse é o meu compromisso para convosco, Meus Amigos
Porque esse é o meu compromisso para comigo
Por infinitésimo que eu seja
Mas também porque imprescindível me é a Vida!
Vou fazer 65 anos
Estou de pé neste lado da trincheira
Onde mora o Sonho de que não abdico
Onde mora o Amor que me constrói o Ser
Onde mora a Dignidade que me faz Inteiro e Livre!
Estou de pé neste lado da trincheira
E Luto!
Porque as escolhas que faço e as escolhas do governo
São inconciliáveis!
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