quinta-feira, 25 de setembro de 2014

DAS PALAVRAS - II

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As palavras estão nuas.

Eroticamente nuas.

Libidinosamente nuas.

Lânguidas, dançam um tango enleante

que nos provoca um incontido desejo

de as possuirmos.

Maliciosas, atiram um sorriso travesso

à nossa impotência para as agarrarmos.

E nuas continuam

perigosamente nuas.

Fugidias, acariciam-nos e torturam-nos

com os múltiplos significados

que dizem ser os seus.

Despudoradamente nuas

oferecem-se ao Poder para que as cubra

com as vestes geladas e cruéis

mas inebriantes

dos interesses.

Promíscuas, deitam-se com ele

para se levantarem vaidosas da sua condição de concubinas

e, dominadoras, proclamarem a sua lei definitiva

“Não Há Alternativa: ou Nós ou o Caos”!

Mas se a elas nos oferecermos nós

como cúmplices e companheiros de jornadas

então seremos nós a vesti-las

com a simplicidade luminosa dos Valores

com a seda mais pura dos Afectos

E os significados das palavras serão Nossos!

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